quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

RUA DA SAUDADE

Disse-te
não há casas nocturnas
as três fadas da princesa
virgínia na rua da saudade
do fado plebeu dos outros
e os canários belos dos seios
na areia amarela dos dedos.

Disseste-me
não me deixes perder
na propriedade privada
dos olhos de verde intenso
sobre o peito de agosto
a arder na palha
na combustão do feno.

Multiplica-te disse
mas não os prives do mar
do teu biquini azul
que na cor nem condiz
e desses bichinhos tão queridos.
Não há luz disponível
que lhes ilumine a noite
que espera por nós.
Deixa lá! Escreve!
Escreve! Meu amor!

Nazaré, Agosto, 1983.

Sem comentários: