quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

FADO HÚNGARO


Grande o amor alimentava-se
da luz e do trigo das nossas palavras
algumas das metáforas dos corpos
de tardes e muitas noites de rosas.

O sol a sombra quis desvanecer
e a cidade cativa iluminar
utopia lá se escondeu nas folhas
nos lábios sedosos das águas.

Naquela manhã fria as mãos abertas
– se tanto arriscaram por tão pouco –
que mais podiam fazer de um só olhar
regressar a casa deixar de sonhar?

Dias desejos de frutos livres
lagos profundos planícies imensas
onde por lei já não era permitido
revelar os silêncios do vento.

Na praça no país a insubmissão
acendeu ruas e atravessou as pontes
na ilusão da primeira aventura
fogo da vida espada mais pura.

Nevava em Buda nevava em Peste
sobre os olhos do luar sublime
cinzas e pó carvão da liberdade.
Gelava – esse inverno precoce.

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