quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

NA VOZ BREVE DO VENTO


Repousa por momentos o coração
no azulejo mouro dos teus lábios.
Será possível a nossa paixão?
E caminhas dizem-me alegre.

Uma cotovia sedosa anuncia
entre dois sinais de fumo e fogo
a manhã do nosso reencontro
no dia em que as mãos foram a jogo.

Será verdade? Podes continuar
no fascínio da luz a norte do olhar
e descer ao mais fundo do sonho.
Ter-te próximo é tudo que mais quero.

Partilhar contigo o meu silêncio.
Repousa por momentos o coração
os olhos o pensamento na terra
na pedra lava do último vulcão.

– E depois cantando escrever: Vêm!
E caminhas dizem-me alegre.
Virás talvez? Na voz breve do vento
e com um beijo leve no sorriso.

Sem comentários: