quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

MARTINIQUE(1971)

A André Kertész

Que horas são no teu coração
rapariga? Melro de basalto
a cantar pelas pedras do caminho
rapariga que horas são?
Nas formas difusas da fruta
da água da areia e do pão
vindos de um deserto de ninguém
no meu coração que procuras?

Que horas são no teu coração
rapariga? Fotografia primeira
concertina nos meus braços
à procura da metáfora feita ternura
no meu coração que procuras?
Que relógio consertas e deitas fora
pela boca rapariga da janela?
No meu coração que procuras?


Budapeste, 05.04.1984.

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