quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

PIANO LATINO

Leonor de família irreal esperava com mágoa.
Nilo passou pelo Hary e deixou-se ficar
com música muito vinho e amigos como eu.


Nua e tímida desce ao coração do piano.
Dançava por entre os navios do estaleiro
onde a tinha conduzido o maquinista.

A travagem brusca no sinal vermelho
assustou os estorninhos em namoro
pousados no limoeiro preferido do pianista.

Que sem camisa bebia de bruços a água sagrada
na fonte onde já sem fome ela se tinha banhado
com o limão onde escondeu o anel do artista.


Budapeste, 04.03.1984.

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