quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

CORAÇÃO DE BASALTO


Quem diria quem diria
que o carteiro do bairro
com tons africanos fraternos
e andar desalinhado
cantava o que escrevia
aos sons infieis do amor.

– Que horas são no teu coração
rapariga? Melro de basalto
nos silêncios do batuque
e nas linhas ténues da dança.
Rapariga que horas são
nas folhas difusas do amor?

Que horas são no teu coração?
Pão caseiro chapéus de palha
das figuras perfis dos sinos
e na capelinha dos braços.
Plantações tropicais da saudade
no passado Lisboa do fado.

Que horas são no teu coração
rapariga? Ternura primeira!
No meu coração que pesquisas?
Que relógio de bolso consertas
e deitas pela boca fora
ou pela janela rapariga?

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