quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
FILHOS E NETOS
Morrem pacientemente
nesta terra dessa Europa
a ocidente das folhas secas
do abandono frio da noite
no inverno à portuguesa
tanta promessa por cumprir.
Morrem silenciosamente
à entrada da própria casa
no portal tarde demais.
Sós despedem-se devagar
no olhar calmo de hoje
com a luz sábia de ontem.
Cuidam das campas dos seus
de bengala pelos caminhos
jogam à sueca entre si
esperam os netos nas férias
e as novelas do serão
morrem suavemente.
Na desilusão tão amarga
das cinzas já esquecidas
deixo este fado sonho puro
contra as roupas da solidão
do vazio dos mais fracos
e as chamas vivas dos filhos.
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