quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

AMOR TAMBÉM É PÃO


Sem saber porquê se esquece
entre sacos de farinha
milho centeio e trigo
mas é a vida que apetece.

No silêncio nem se lembra
dos bolos do pão no forno
e da cozedura que aquece.

Limpa o suor a fadiga
volta-se para o pátio
procura os olhos mais lindos.

São estes os olhos bem sabe
na escola na feira no baile
que quer desde que se conhece.

Passa a língua nos lábios
repousa as mãos que merece
e sorri ao anjo da guarda.

Tira o lenço não amassa
que o amor também é pão
imaginam que a noite desce.

As rolas sempre à espreita
pousaram na massa a meio
toda a fornada se queimou.

E é na festa das cegonhas
que vento a chama estremece
nas mâos-cheias de sal ao fogo
já a luz se apaga amanhece.

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