Importavam
berinjelas de Goa
em vasilhas de
vinte litros
mirra da terra da
sabedoria
com promessas de
canela e arroz-doce.
Ainda assim eram
capazes de escrever
que as viagens
com muitas curvas
não davam volta
ao estômago.
Sabiam lá eles do
que falavam.
Ficariam calados
que nem mudo-azeviche
se soubessem como
era bom andar
a subir e a
descer e a contornar o perigo
das ravinas e
alisar as quedas do tempo.
No fim descansar
de olhos abertos
por debaixo do
vestido da cidade.
Eram consumidores
de fabrico artesanal
no jardim
interior do prédio posto à venda
ao fundo do rio
livre do pensamento.
Protegidos contra
a falsificação da liberdade
da topografia do
amor melro virtual
de basalto
afastando os números da má sorte.
O mau olhado da
noite na lotaria da vida.
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