"Lábios
húmidos do amor da manhã
polpas de
cereja”" António Gedeão
Era bonita demais
para ter chegado
empoleirada nos
postes de luz
dissolvida na
floresta do passado
e arrastada pelo
robusto navio mercante
com óculos
escuros e rosto de meio-dia.
Trazida em
pacotes de batata frita
bem ao gosto da
multidão criadas de casa
com as asas do
ferro pesado do delito
finança a mais e
economia a menos.
Poesia hoje já
ninguêm quer ser pobre!
Ele falava vários
idiomas estrangeiros
pássaro tardío
militar sedento de paz
de tanta batalha
na folha de serviço
tanto homem tanta
morte tão pouca mulher.
Do fundo da alma
no confronto dos corpos
ouvia-se – tu
falas muito acertas pouco
merda não comes
nada nem ninguêm
nem peixe-faca
corvina ou facalhão!
Sem comentários:
Enviar um comentário