A
Leonard Cohen
Os dedos viajavam
sem eira nem beira
por cidades vilas
e outros lugares ermos.
Pelas ruas mais improváveis da alegria.
Pelas ruas mais improváveis da alegria.
Continuavam pelos
ombros a descer
até pararem no
descampado da planície.
Continuavam a
subir pela montanha acima
montados em
bicicleta de competição
observando as
marcas do assalto nocturno
deixadas ali por
bandidos de lábios abelhudos
quando a maioria
dormia que nem uma pedra.
Com receio da
opinião pública juravam
que já não podiam
com uma gata pelo rabo.
Dedos
cinzento-escuro de tanto cigarro
gengivas
castanhas apesar da escova
da cara cuidada e
al dente da pasta italiana.
Dentes de
lactícinio de tanto chocolate
comidos para
ajudar a passar o café do tempo.
Do farnel de
tanta azeitona preta para recordar
o local onde
foram abandonados sem remorsos
no primeiro
passeio dos namoros à consignação.
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