"Vejo o meu
último dia
pintado em rolos
de fumo" Mário de Sá-Carneiro
Há um longo olhar
nocturno
dos que nunca
deixaram o dia
sintomas claros
de salmoeira seca
com a
tinta-da-china-mais-negra.
Sem os guardas
dos bons costumes
doutores da
revolução que descobrem
negando maresia
desse mar riscado
que a culpa das
desgraças e tragédias
é das carnes à
mostra das mulheres.
Há um olhar
nocturno infiel de injúria
com as cores
intensas do luto
da intolerância
avassaladora do dogma
que nos deixa
cada vez mais inquietos.
Saibam é que eu
tenho vários filhos.
Que diram os
poetas da poesia antiga
se soubessem pela
vida ser preciso
escurecer a noite
tapar a cara ensaiar a fuga
aos
castigos-chicotes-da-punição-pública?
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