Sem segundas
intenções afirmava
que o pano que
servia
para secar as
mãos e a testa
poupando usavam
para limpar o sexo.
Parece que as
mulheres de Picasso
já sabiam se
lavado fica como novo.
Desenhar as bocas
cruzadas
no cabide tonto
da luz de madeira
os beijos de
falso marfim
pendurados no
bengaleiro austero
na messe oficial
da noite franquista.
Colava língua
como ninguêm
com cuspo
condimentado de carteiro
na nudez distante
do modelo
os morangos
vindos da Galicia
nos bicos
carregados de begónia cansada.
Pôr o sol a
brilhar no bolso na carteira
do cavalete entre
as pernas de pau-preto
local onde as
enguias acasalavam Pablo
por debaixo das
intimidades precoces
da folhagem
expessa verde do feijão.
Para ajudar a
festa do polegar em riste
do giz a poltrona
de Paris partiu-se.
Ainda bem que a
areia do corpo dela
era macia húmida
e acolhedora tão boa
como o sofá das
tardes às quintas-feiras.
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