"Yes, I can see now."
Charlie Chaplin’s City Light (the end)
Nos caminhos cosmopolitas para a praça da tradição
usavam o mesmo basalto na calçada das avenidas.
Nos parapeitos das janelas ainda poucos acreditavam
que inesperadamente podem ser mais rápidos que a luz
nos pensamentos incertos e na leveza dos sentimentos.
Nos vestígios da melhor arquitectura feita lava do vulcão
do amor livre do mundo milenar da nossa alegria à chuva.
No seu designío gostariam de chegar com a noite mais curta
acordar na fome das madrugadas e os pescadores libertar.
Conversar sobre a ponte do sonho no topo da esperança
com os amantes inevitáveis e os amores impossíveis.
Ficarem à espera que o tempo e alguns navios ajudem
a levarem sem tempestades o Vento ao coração da Lua.
Talvez consigam abrir as represas sem levantar as pontes
desnudar a tarde com as amarras impróprias da navegação
quando na hora da partida os sentidos se encontrarem no cais
a gentileza da brisa e do mar do sol e do ar permitir a partilha.
Porque escrever é também um acto solidário da nossa solidão.
Budapeste (e outros mundos percorridos também com o coração) 2010-2011.
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