A Cseh Tamás,
muito mais que um cantor
e a quem já em
1982 escrevi em texto que começava
- Vá parte o copo
Tamás, vá lá parte os copos!
Ave
ausente a irmã gémea era mais discreta
mais siléncio por
isso ninguêm se lembra dela.
A
mãe-flor afinal em vez de
cravo encarnado
já um pouco
murcha era malmequer de estufa
com beiços muito
pintados para compensar.
A língua azul de
ladrilho ou azulejo nacional
de vaca
tresmalhada porque o funeral inoportuno
lhe estragou a
ida à ópera com os amigos.
Não
podia ter morrido um dia mais tarde?
Fazia alguma
diferença? Estes indígenas!
O
menino precoce socialmente comprometido
quando for grande
será libertário como é tradição
na família e da
escola dos intelectuais em Paris
com o coração à
esquerda e canivete a carteira
bem recheada no
bolso da camisa à direita.
O
menino de oiro formatado em tapas e mapas
e em ciência
politica ficava parado à espera
- com uma grande
carreira à sua frente.
Esperava
coitadinho que o motorista
lhe abrisse a
porta e ele saciado de mansinho
finalmente
pudesse abancar o traseiro.
O
sindicalista reformado que continuava
com o hábito
saudável de não se calar
e mandar à merda
com todas as letras dizia
-
Olha lá! Foi para estes meninos-tótós
copinhos de leite
aquecido em micro-ondas
que corremos com
a ditadura fizemos a revolução?
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