Um corpo incerto
que parecia
vir a descer de
pára-quedas
mesmo ao encontro
do inferno privado
desse vulcão
livre imoral e pagão
que não acorda
nem deixa dormir.
Um corpo incerto
seguido
pelos radares de
defesa da pátria
caças de combate
prontos a avançar.
As televisões
interrompiam as emissões
colocavam no ar
imagens não editadas.
Um corpo incerto
desalinhado
vítima dos
excessos da notícia
da busca
constante do crime
que leva a
privacidade à morte.
Os malvados só
podem ser os outros.
Se fosse possível
voltar atrás haveria
um inferno de
pecados abençoados
uma cratera de
bebidas e entregas
corpo de raíz que
traria a vida de volta.
Um corpo certo de
mulher em chamas
que nos chama
para a cidadania da paixão
para a soberania
da liberdade da escolha.
Arderia se não
fosse de talha dourada?
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