sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

NOITE NUNCA MAIS TE SONHEI

À saída sub-urbana da noite
dessa estação quase vazía
que tinha sido da alegria
olhei uma ave sózinha
na escadaria da tristeza.
Em voz baixa em teu nome
dizia que era a mim que queria.

Mas na noite desse dia
que era já da solidão
de quem como nós com paixão
nos habituámos a partilhar
cada batida mais rápida do coração
entao eu ainda não sabia.

Que o comboio onde ía
mais moderno que o amor
e mais antigo que a dor
tinha um destino único
e nunca mais iria voltar
para te voltar a encontrar
para te poder abraçar.

Sonhar o teu amor só meu
pássaro morto antes da vida
intensa de noite acesa de dia
fria de inverno quente de verão.
Mas a estação estava vazía
tão vazía como o meu coração.

Na verdade do nosso amor
na hora exacta dos sentidos
e no jardim em verso da tristeza
nem a tua sombra encontrei.
No coração do meu fado do nada
já não vi nada nem ninguêm.
Noite escura nunca mais te sonhei.

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