sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

AREIAS PARA QUE SEJAM


Sem ler o texto a roda-pé
as instruções na planificação do sonho
sem medo nem consentimento
buscava em alvoroço para os dedos.
Os caminhos que levam as uvas
até a mulher dos seios de palha.

Pelas íngremes curvas fechadas
sem parar até à pedra fria
das coxas com sal a mais
transportadas no porão do avião.
Marinheiro sentia como ninguêm
na vertigem do naufrágio.

Para nós a vida fica redonda
junto ao muro na geometria dos pátios
e alguns rios do paraíso.
A sedução que não se acaba
quando os olhos que se conhecem
combinam discretos com a noite.

Depois em contacto com esse amor
infinito e irreversível escrevem do mar
da baía de linho, do céu dos joelhos.
Areias salgadas serão para que sejam
o próximo encontro na pedra
que aos poucos se desfaz em erosão.

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