Juntámos os ventos do vento
que misturam o sol e a sombra
quando trazem morno o sonho
e cultivam as terras da terra.
Porque o trigo da tua boca diurna
aproxima-me aos poucos da vida.
O barco chega na voz que navega
nessa água que queres mais pura.
Breve veste-se frágil da ilusão
dos desejos da paixão que perdura
no silencio da sede da sombra
de tanto beber na fonte nocturna.
Na frescura d'areia com sabor a sal
e na baixa-mar deixa o amor cantar.
Por vezes há silêncio nos segredos
que nem a dormir se deve sonhar.
Amor janela aberta do teu corpo
e enganar a sede profunda da fonte
na seara doce da fome ma tua boca.
A imagem mais clara do nosso fado.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
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