sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

ENTRETIDA COM OS LOBOS


Ligeira e leve como o vento
salta à corda sem parar
a ponta atada à torre da igreja
entretida com os sintomas dos lobos
daqueles que só sabem fazer bem.

Salva de vez salta em declive
sobre os troncos de prata da caridade
das moedas recolhidas para os pobres
calor que refresca a casa fria
desse julho onde a superfície se inunda
do axioma, a profundidade do olhos.

Desconhecida solta o sonho alheio
talvez se arranje como uma galinha recheada
de condimentos e pão-ralado
comida à medida da mesa-de-cabeceira.
Esta semana a maior oferta da paróquia.

Solta das amarras das profecias modernas
desce a corda com cuidado pelo escadote
de metal do carpinteiro saltimbanco
que lhe faz a cama e para não ter medo.
Pega-lhe a cintura e salta com ela.
Salta para a outra margem do mundo.

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