sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

PARA A CIDADE NÃO ADORMECER


Haverá um dia bem sei
em que partirei de vez
e no meu coração quase seco
em mim tu partirás comigo.

Não sei se será logo na manhã
das horas refrescantes da maresia
se será pelas horas quentes
do meio-dia da vida lá fora
ou no interior da casa alugada.

Se será na calmia da noite
depois do trabalho o banho tomado
dos filhos todos na cama
as janelas abertas ao prazer
a falar em voz baixa
para a cidade não adormecer.

Haverá meu amor um dia
mesmo que não queira
em que terei de partir dizer adeus
e na ilusão virás comigo
nos recibos já pagos do sonho
que cresceu nas nossas mãos.
O último, o nosso primeiro património.

Sem comentários: