sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

ROMĂ

(lá na Terra Prometida)

Quando em casa à sobremesa
em vez de gelados ou chocolates 
com golpes curtos seguros e breves
abria uma ou duas romãs que dividia
em partes quase iguais pelos seis.
 
Romãs compradas no mercado
importadas da Itália ou da Turquia
solene dizia como parte da cerimónia
- não se esqueçam que a romã
é um fruto bíblico do Antigo Testamento.

Quando penso nas romãzeiras
primeiro em flor depois carregadas
dos seus frutos tão belos recordo
se as lembranças não me enganam.

Na ldeia onde nasci não havia 
frutos mais vulgares que as romãs
marmelos e figos eram os frutos do povo
todos podiam colher e comer logo ali.

Mais tarde imagens da ousadia juvenil
logo depois do mensageiro da salvação
escreveram sobre tintos muitos maduros
do profeta junto ao Muro das Lamentações
lamentam a taça perdida do vinho do passado.

O encorpado vinho de romã do Rei Salomão
que aumentava a fertilidade da terra
a desejada mãe lá na Terra Prometida
prometida a muito mais gente
que a lotação máxima permitida.

Graciosa despia-se sem pudor
junto à torre à praça-forte do sentinela
na encruzilhada dos dois rios muito famosos
um Tigre salgado e um Eufrátes mais doce
para adocicar na pele os desejos do prazer
e guardar as roupas para o dia seguinte.

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