sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

COMO O ETERNO É MORTAL


Para interpretar as pedras anteriores
da subjectividade da história
da convicção inabalável dos deuses
fragilidade imperial do tempo
como o eterno é efémero e mortal.

Pela primeira vez na minha vida
à sombra das tílias passeava em Berlim
com as dioptrias dos meus óculos
que ajustava para ver melhor.

Imperial em Portugal é boa cerveja
ali caneca maior era ainda melhor
nem esperei pela argumentação do sol
da colecção das bases para os copos.

Ficou a lição da diversidade
que entendi por bem sublinhar
diluir com uma dose servida de paixão
e embrulhar em metáforas de gratidão.

Depois de tanto tempo parada junto ao rio
usava o sabão azul para despegar
o musgo agarrado aos joelhos
empenhada na pureza das margens.

Para limpar a alma até ao fim
usava o esfregão de arame com areia.
A hidráulica simples do seu sorriso
cruzou-se na irrigação dos canais de madeira.
Ali ficaram abrigados da chuva inesperada.

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