quinta-feira, 2 de setembro de 2010

UM CORPO INCERTO


Um corpo incerto que parecia
vir a descer de pára-quedas
mesmo ao encontro do inferno privado
desse vulcão livre imoral e pagão
que não acorda nem deixa dormir.

Um corpo incerto seguido
pelos radares de defesa da pátria
caças de combate prontos a avançar.
As televisões interrompiam as emissões
colocavam no ar imagens não editadas.

Um corpo incerto desalinhado
vítima dos excessos da notícia
da busca constante do crime
que leva a privacidade à morte.
Os malvados só podem ser os outros.

Se fosse possível voltar atrás haveria
um inferno de pecados abençoados
uma cratera de bebidas e entregas
corpo de raíz que traria a vida de volta.

Um corpo certo de mulher em chamas
que nos chama para a cidadania da paixão
para a soberania da liberdade da escolha.
Arderia se não fosse de talha dourada?

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