quinta-feira, 2 de setembro de 2010

CORPO ACESO


"Uma palavra tua, uma só, e abandono tudo"
Casimiro de Brito

Havia desejos espalhados pela casa
quando na tarde de todas as preguiças
da cada capítulo plagiado do corpo aceso
na vila piscatória do teu peito arenoso.

Havia desejos em silêncios saciados
a rimar com a transmissão de rádio
na avenida do teu pescoço de antena
a contornar o teu flanco redondo.

Nos espaços do teu peito arenoso
avião costeiro do teu rosto lunar
em meados de setembro nada mais eram
que os nossos pensamentos em metáforas
perdidos no parque das merendas.

Na cidade do bar ao anoitecer
no desencontro infímo da sedução
brisas cálidas na lentidão do sol.
Os versos curtos dos teus olhos à solta
submergiam no ocidente das minhas mãos.

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