quinta-feira, 2 de setembro de 2010

DESFRUTANDO O SOL


"Das minas do sonho a que descemos
mineiros sonânbulos da imaginação"  Alexandre O’Neil

A água de tão escura mais parecia
um corvo macho de asas abertas
recriando mensagens de voos antigos.
Momentos de outros olhos furtivos
que um dia se cruzaram a correr
na cidade portuária dos sonhos proibídos.

Eu fiquei sem saber se armazenavam
o perfume do pessegueiro em flor
com o teu cabelo castanho muito claro.
Sabiam que no sossego da noite
dormias no porão do navio parado no cais
do que seria a imaginação súbita do prazer.

Sem os dedos eu fiquei sem saber
se trocavam de mãos de propósito
pois tu gostavas muito de colher groselha.
Cá por mim deitado sol se tu deixasses 
gostaria de limpar os teus lábios frutados
e descansar à sombra com sabor a cerveja.

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