quinta-feira, 2 de setembro de 2010

AVIÃO AEROPORTOS E ALGUMAS HOSPEDEIRAS


Arturo (Portuondo) Carlos (Sánchez x 2) Daniel (Mañana) Guille (Blanco)
Jorge (Bernal) Ricardo (Farrú) Victor (Medina)

Saudades de quê? Das noites com chuva a mais?
Da despedida para sempre da minha aldeia?
Da catequese voluntária e a primeira comunhão?
Da vida pela causa e da saída do adeus definitivo?

Saudades de quê? Do taller literário dos amigos no exílio?
Das viagens de comboio e algumas de avião?
Do sorriso onde se metia a libertinagem marota?
Das manhãs com aguardente para passar no exame?

Passar a dor de cabeça porque no Hary à noite há mais?
Passar o meu coração à sua legítima proprietária?
Saudades da única tarde do primeiro milésimo de beijo?
Todas as noites e dias as alegrias que vieram depois?

Da visita obrigatória à feira das farinheiras curtidas em casa
dos queijos de cabra curados fortes os cheiros e paladares?
De algumas vaidades à mostra a falar alto a dar nas vistas
à custa do prestígio do passado da sagrada conspiração a três?
Do avião aeroportos algumas hospedeiras e muitos comboios?

Do indicador direito a indicar o caminho errado do cais
a insolvência da idade e a coerências das calças cingidas
a evidência do tronco liso da primavera de peitos à solta
- Diego sem música acima da nascente da reserva protegida?
De incêndios e invasões militares o inoxidável do pescoço?

Não. É o caos pré-programado pelo cálculo da álgebra
a côr do nacionalismo que pode ser preto como castanho
vermelho como côr de metal e ás vezes de olhos em bico?
Quem não têm cão caça com gato e escreve para esquecer!



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