quinta-feira, 2 de setembro de 2010

PRAÇA DO TEMPLO


Ao entrar na praça do tempo sagrado
acalorado quase desfalecia de emoção.
Estava finalmente onde sempre sonhou estar
ali junto às colunas decoradas de toscana
muros ladrilhos e paineis da renascença
história de pedras de talha-mar das palavras.

Faziam sem comissão apenas por amor
pedreiros livres que nunca dormem.
Com palavras mansas esperam deixam
os que não são adormecer e combinam
debaixo do alpendre taxímetro da partilha
os sofás e outras cadeiras almofadadas.

Seria possivelmente um pensamento
de ontem a telha-vã sobre barrotes ripas
pelas costas direitas dos irmãos.
As vigas do sonho inútil de imaginar
acreditar em caminhos mais amplos
uma manhã mais clara e talvez mais justa.

Se insiste muito as fantasias acabam depressa
não com pedra dura de ébano nem tão pouco
com um habano puro incluido no preço.
A recepcionista foi contratada para isso
lá onde o amor se faz em salvas de prata
e se desfaz em pinças de escorpião. Que merda!


Budapeste. Baleal, Lisboa e outras cidades. 2010

Sem comentários: