corpos que apetecem mesmo tocar
na tinta com a ponta da língua
mexer com os dedos de esteira seca
maria de los remédios y hematomas.
Armar paredes à volta do chapéu-de-sol
pelas areias das praias da Catalunha
com o pincel e o mata-borrão
das metáforas malditas da censura
da liberdade que não se deixa vencer.
Com sombrinhas encarnadas
guloseimas ao melhor preço
das raparigas espalhadas pelas ruas
à espera de serem pagas para em permuta
serem as flores da primeira penetração.
Corpos áridos de balões de sopro
e do toldo alugado ao dia por Olga
com a pele branca e indefesa
as pernas do mel fácil de ontem
abertas ao rebuliço do formigueiro.
Do mal que faz pelo bem que sabe
o absinto a escorrer pela barriga abaixo
tremores dos pés do velho piano
da santíssima trindade e do chumbo de caras
do malfadado exame de álgebra.
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