quinta-feira, 2 de setembro de 2010

BELA CIDADE A INSINUAR-SE


Foi a falsa injúria pela vingança gratuita
o mal fazer pelo prazer da dor no próximo
a entrada brutal às pernas o joelho desfeito
a fuga pela janela com a morte no horizonte.

A suspeição das teorias da conspiração
das mentiras dos inimigos externos e internos
que pena que não estejam a pisar ovos
como Santa Jacinta com pés de púrpura.

Glícinas e gerânios silvestres de Bethânia
do tempo quando ainda havia água com fartura
sem a pólvora desvastadora da indiferença.

Se não há número suficiente de serralheiros
recrutem madeireiros serventes e calceteiros
os mais finos cavaleiros tesos que nem um carapau.

Sem o cerco das tripas à moda do Porto
o polvo à lagareiro que não se come
em mais lado nenhum como na tua Ribeira.

Dessa bela cidade que aprendi a gostar
a sentir-me bem a saber insinuar-se 
e que tinha na Foz tudo a ver contigo.

Sem comentários: