quinta-feira, 2 de setembro de 2010

ÁGUIA DO DESERTO


Transcrevo para as minhas palavras
sem recurso a metáforas trabalhadas
o que aprendi com a moça de Macau um dia
ao fim da tarde sem chuva em Bruxelas.

- Sabes uma águia pode voar
mais baixo que uma galinha
mas uma galinha jamais
voará mais alto que uma águia!

Queria apenas na urgência de um texto
de vão-de-escada ou de sotão desarrumado
re-inventado pelo gozo de estar contigo
regressar às fotos que amanhã nos esperam.

Saber dos teus dedos de azeite a frio
de um verde grosso que coalhava
que não cantavas nem te abandonava.
em silêncio nos teus olhos de verdilhão.

Eu meu amor com a tua permissão
temperava com vinagre para adocicar
para avivar os sabores do teu corpo.
No prazer do fogo minha águia do deserto!

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