quinta-feira, 2 de setembro de 2010

À MESA DO GALIFÃO


Lenta vinha e mais fazia lembrar a lesma
pois incautos vivem condicionados
por tempos cada vez mais provisórios.

A gema d’ovo azul da pata choca
na lentidão de quando nada acontece
e dos teoremas dos novos perigos.

Do medo de ser caçada pelo cão
ser no mercado abalroada pelo sardão
pasto e ementa à mesa do galifão.

Lenta por baixo da galifoa da costura
costureira que belo par de marmelos
Nossa Senhora da Conceição!

Casou-se e nunca mais se calou
bem casada cheia de tesouras
tesouros e muita moeda estrangeira.

O médico marido trata-lhe da saúde
uma vez por mês ao espelho no dia certo
a ver se família acerta algum herdeiro.

Património há de sobra para desbaratar
mas para a vaca mal-comida nada lhe chega
tudo é pouco não se contenta com a mesada
nem com a carne de plástico do pavão.

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