quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A PELUDA DE VARSÓVIA PORTUGUESA


A José de Almada-Negreiros

Na hidráulica do pensamento chupa-perfeito
que se quebrava ao sentir próximo o peso da morte
a poção de veneno para trilhar o caminho do poder
era mais nem menos que a cartilha magna da bosta
de boi agora baptizada competividade bocal-dentária.

Oficial enviava telegramas encriptados ao quilo 
sobre as perpétuas que cresciam indiferentes 
à penúria engajada das camélias do bairro anti-social.
Da renda mensal e as rendas íntimas do Vístula
e do condomínio dos que tinham muito cacau.

Particular escrevia à mãe do colesterol elevado
da prima gioconda pois mina lisa minha irmã
dela era propagandista dizia vegetariana militante.
Para nosso penar a peluda de Varsóvia era portuguesa.

Entre o requinte e a elegância titular e vozeirona
a senhora era a mais ruidosa entre os homens
e a mais avantajada entre as mulheres.
Sentia-se a meio-palácio que não era dali.

Na cidade de Szpilman do café Sztuka e de Chopin
da Igreja Católica do povo têm alguma importância
interessa a alguêm quem era esse queijo amanteigado?

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