sábado, 9 de janeiro de 2010

TRAZ AS BRASAS DO FOGO

“Tu m’as gardé de piėge en piėge
Je t’ai perdue de temps en temps”
Jacques Brel in “La chanson Des Vieux Amants”

Nos arredores dessa grande paixão
Madrugadas do teu corpo meu amor
Na sementeira perdida do melhor pão
Não não te esqueças de levar a flor.

De a levar para a grande cidade
Alí onde todas as ruas têm nome
Pedras gastas no prazer do ciúme
Que eu encontrei dentro da nossa saudade.

Lá na vaga periferia do desejo
Do sorriso generoso do vinho fortificado
Perfume esquecido desse segredo
E não despertar do sonho frutificado.

Que a calma da manhã verde mar
Fervedor de mão e leite do dia
Frente ao espelho sem ti quem diria
Era sombra que já não sabia cantar.

Era um guarda-roupa de bom gosto
Com o doce profundo das suas uvas
Traz as brasas guardadas do fogo
Até às pernas às noites das viúvas.

Como os plátanos à beira dos caminhos
Pela distância dos olhos alongados
Perdição de cegonhas de amor de perdiz
Na cor difusa dos planaltos do teu país.

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