sábado, 9 de janeiro de 2010

AS MĂOS DA MANHĂ

“Yo no creo em nada
sino en en calor de tu mano com mi mano” Victor Jara

Juntam conquilhas com nuvens
que arenosas descem o sol devagar
e crescem fortes com as chuvas
que anunciam o calor da tempestade
decorada com as tuas e as minhas mãos.

Sei dos teus dedos frios de inverno
que não trocaria por nenhuma primavera.

Os corpos iluminados pelo candeeiro
tão enrolados no papel de parede
da sala de visitas que desce liso do tecto
até ao pedacinho de madeira dos lábios
ao ritual dos cabelos espalhados na almofada.

São amor manhãs afectos e são carinhos
das colheitas plenas que as nossas mãos guardam.

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