sábado, 9 de janeiro de 2010

AO FINAL DA TARDE DESSE DIA


Ao final da tarde desse dia
era a ansiedade que se cruzava
e se confundia com a sedução
que chegou do outro lado do rio
da margem oposta á morte.
Do engano que secava os lábios
que confusos despertavam a dor.

A ansiedade vestiu-se de sedução
lenta com movimentos calmos
enquanto a sedução se despia
da ansiedade com a certeza
de fazer bem e de ser tão bom.

A magia tão simples de poder
juntar exactos os trapos os corpos
aos pares como se fossem barro
antes do forno de porcelana fina
que poderia ser da China
se não estivesses tão perto de mim.

A ansiedade original da sedução
ao alcance também dos outros
que guardada cabia numa só mão.
Como uma bússula portuguesa
no caminho comum do desconhecido.

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