Pelas praias do mar nos vamos”
José Afonso in “Canta Moço
No contra-relógio dos desejos de vitória
Favas cebolas e açafrão da poesia
Meninas de carvão nos nichos de mercado
Apresentação primeira da nova ferrovia.
As feitorias dos bem-mal-feitores
Eram fronteiras baluartes de arte falsa
Que o dinheiro grande tudo compra
Até o bom gosto e a má-inveja.
Brasil de ventre breve coxas imensas
Areias navio estuário sem fim
Seria arroz malandro de tamboril
Flor de acácia rosmaninho e alecrim.
Eram criadas de ricos homens
Desejos incertos do fumo digital
Mulheres a dias em casa dos remediados
Com folgas à sexta e feriado municipal.
O sabão raso do soldado a vulso
Tardes de sopa de cavalo cansado
Ração de guerra a dobrar na cantina
A visita nocturna à loja da albertina.
Dizia cada macaco no seu galho
Toda a injustiça para o chão
Acabei agora de sair do talho
Levo na mão o meu
pedaço de pão.
Sem comentários:
Enviar um comentário