1. Barro
Entre as tuas
colinas que seriam de vidro
se não fossem
barro, fina porcelana da China
corria um riacho
que caudal da vida, mostrava
o caminho da
esperança, o peixe em abundância.
Do conteúdo de
musa moderna feita do fogo antigo
do jardim
público, refúgio de sonhos sem erosão.
- Em Praga não
viu a padeira nem a padaria
apenas a sua
sombra iluminando a noite.
Os pães ainda
quentes alimentando a madrugada.
De camisa aberta
ao mundo mostrava o caminho
para todos os que
estavam dispostos a embarcar.
2. Cerveja
Da cerveja com
ervas amargas tâmaras e outras frutas
com iguarias e
conventos, mosteiros e cidadania
sem critica
barata filantropia ou ataísmo avulso
e por ser celta
rima com mesa e bispo rima com barril.
Mais tarde vim a
saber que Osíris e Dionísio
trocavam copos
por canecas maiores e discutiam
medicina gorduras
e as curvas das deusas menores.
Da deusa da
fogueira e a deusa do amanhecer.
Da espuma
tratamento da pele e cosmética feminina
para não morrer
de sede por ela, de fome por ti.
Ainda hoje,
degustar à colher os teus lábios
é como começar o
dia a comer doce de morango.
3. Fermentação
De remolhar
demoradamente o trigo
e pregar um longo
sermão ao granito
por entre as
muralhas altas da cidade livre.
Das cubas no chão
na terra da fermentação.
A superficie lisa
do teu corpo sem sombras
sobre prensas e
ferramentas de ferro polido.
A madeira da boa,
selecionada com bom gosto.
Do brilho da recessão
e decadência
dessa Belle
époque de prazer sem fim
mistura de fumo
bebidas e de bem estar.
Deitada sobre o
verde da mesa de bilhar.
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