Demoradamente os
dedos escorregavam
nas tuas costas
como se quisessem
alisar os ventos
o relevo da seara
amassar a massa
do pão caseiro do prazer.
Depois longe do
mar recolher o milagre
e abrir ao acaso
a arca da poesia
o velho
dicionário das novas carícias
e tocar
repetidamente na lua da tua pele.
Confortar os
ingredientes da vida
e estender de
nuvens a roupa da cama
perfumada dos
teus perfumes mais íntimos
guardados na
gaveta do meu coração.
E no regresso
envolver-me na praia
com a neblina das
rochas mais altas
como o peixe
entre as margens baixas
nas águas fundas
das tuas coxas apertadas.
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