1. Afrodite
a sorrir a salsa, rosmaninho de ternura
do azul no
azulejo pintado à mão na tua pele.
O pingo mais doce
na ousadia do turismo em ti.
A compaixão
desejada da erva feita em flor
fascinio, vulcão ardente
das águas termais.
A penungem cálida
das pombas do teu olhar.
Da adoração no
templo de Corinto
feita murta
liberal e vinho das bagas de romã
a deusa mais bela
de todo o Peloponeso.
Acácia Afrodite,
anis do povo inteiro.
Despia-se em
praça pública
e dava-se em
Atenas em privado
aos mortais
previamente sorteados.
Porque naquele
tempo de nevoeiro
discreta, a
estética o design da felicidade
tinha sabor a
trigo, a espiga da liberdade.
2. Tais de Atenas
Jardim de ervas
bravas
plantação de
cidreira e flor de chá
escravas, eram as
estrangeiras.
Nuas, milho ou
bem vestidas
davam o corpo ao
manifesto
e ainda pagavam
impostos.
Eram heras
subindo as paredes
Heteras descendo
tão bem pelo prazer
para ocupar toda
a cama com um só corpo.
Tais de Atenas
como tu meu amor.
Abrigos e casas
de tempos de chuva
com a última
lealdade perene do teu olhar.
As putas finas da
Grécia muito antiga
e as nádegas
duras de Kiki de Montparnasse.
Águas das malvas,
salada para arredondar.
3. Lábios de
Delfos
O barro nocturno
dos seus lábios
refazia a ponte
de pedra
de regresso ao
condomínio de Delfos.
Feliz pelas tuas
colinas e montes
caminhou como um
cego
para não ver,
para apenas sentir
e usar as mãos, a
ponta dos dedos.
Para saber do
mundo. Descobrir a magia.
Documentar o
prazer. Inventar a vida.
Era de manhã a
peça perfeita
lírios e giestas,
rosas e amores-perfeitos.
Prisioneira
inimiga de todos os gregos
a mitologia
fenícia da sedução.
Diziam que a ribeira
que fluia em ti
afinal desaguava
no mar do nosso amor.
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