quinta-feira, 9 de agosto de 2012

PERFUMES LEMBRAVAM SAFO


"Colares atei para o terno
Pescoço de Átis; os perfumes
Nos cabelos, os óleos raros"  Safo (Trad. Décio Pignatari)

Refazendo metáforas de outros séculos
a ousadia de quem sente merecer o perdão
e que não quer outro mel para o seu chá.
Vida, dá-me os teus sonhos de mirra amarga.

Nem um pêlo a imperfeição de uma rua
na descida da língua feita água e sedução.
O sabor dos teus perfumes lembravam Safo
as rosas bravas das roseiras belas da sombra.

Uma aventura por assumir que anunciava
pelas madrugadas as margaridas abertas.
Uma baía morena antes da foz por degustar
do mesmo orvalho do mar que nos separa.

No silêncio do jardim que dizem sagrado
da representação em bikini sobre o selim
não havia um espaço verde à imaginação.
Sobre a relva não almoçavam, comiam-se.

2 comentários:

Poesía casera disse...

Un poema muy suyo, pero una se siente allí. Hermoso

Poesía casera disse...

Bellísimo el poema.