quinta-feira, 9 de agosto de 2012

LINGERIE OPACA DA FILOSOFIA


"e eis-me jacente sob uma pedra, em terra estranha, 
eu Inaco um servo obediente e muito lamentado"
Crimágoras (Trad. J. P. Paes)

Fenícia de nascimento foi rapidamente esquecida
pelo escrivão público do porto o rapto da Bela Europa.
Sedutora e atraente aceitando a penetração sem esforço
presa fácil do mercado dos jovens militantes sem rosto.

Foram usadas e lançadas amarradas ao Eufrates
em nome da unidade contra todas as estrangeiras.
Aprendiam no deserto finito da Mesopotâmia
otomano o ódio às minorias não tinha fronteiras.

Perto da margem incerta do dogma da reputação
este rio sem fim que os separa será para sempre?
A ponte de pedra que percorreram já não existe?
Terá sido derrubada pelos excessos da nossa paixão?

Antes de sucumbir com a lingerie opaca da filosofia
à canção perdida entre as rosas vermelhas do vento.
Adora como de dia se senta à mesa e como mostra
as partes mais nobres do peito enquanto almoça.

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