quinta-feira, 9 de agosto de 2012

CIDADE DA MINHA ILUSÃO


"Três beldades escolheram-me para julgar-lhe as nádegas
a mim mostradas no esplendor da nudez"
Rufino (Trad. J.P. Paes)

Vestia-se assim quase nua
com a utilização da pele de prata
na invenção clara do seu sorriso
e na decoração demorada da cintura.

Com o novo paradigma do trigo castanho
e o fabrico das tapeçarias da paixão
Arquimedes visionava portos de abrigo
esboços e projectos no ventre das searas.

Despia-se assim no horizonte
para que num relance os olhos vissem
e vizinhos os desejos se juntassem
à arquitectura premiada do seu corpo.

No equinócio dos dedos da primavera 
nos mitos distantes das nossas noites 
a tua ternura atiçava o fogo da alma
incendiava a cidade da minha ilusão.

Sem comentários: