quinta-feira, 9 de agosto de 2012

AS PAPOILAS DO TRIGO


Construiam paredes de pedras corpos de silêncios
porque o minotauro de Picasso por nós sentinela
no portão junto à entrada apertada de Micenas
protegia a cidade de todos os demónios.

Com as papoilas e a escassez do trigo
a canela espalhada na cerămica do seu sorriso.
Com a guerra civil por causa do eclipse da lua
que importăncia tinha o mistério do vento?

Teve tempo ainda para degustar o meu vinho
da vinha da casta trazida pelos povos do mar
que pacientemente cultivei no deserto da Síria
e depois servi no cálice de ouro da sua boca.

Posso usar mal as metáforas que encontrar
plagiar fingir ou retocar as palavras gregas.
Posso esquecer posso perder posso morrer
mas desvanecer a noite será sempre contigo.

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