"Rápida como o volver de asas de uma mosca,
Assim á a mudança
da fortuna"
Simônides de Ceos
(M.H.R. Pereira)
Do cedro ao rio
vai um abismo de feiticeira
o perigo de caír
nos seus braços de girassol.
De se perder na
floresta sombría do silêncio.
Saciar-se na
nascente mais tímida da água.
Juntar a refeição
ligeira com salada da sua quinta
a humidade da
teoria e a ousadia do erotismo
com as frutas
ainda azedas do seu pomar.
No cais do
prazer um barco como recompensa.
Junto ao lago
esse excerto de barriguinha
em exposição aos
pés das colinas de Arcádia
com o sol das
palavras à espreita fica ali tão bem
como redondas ficam as
nádegas da indignação.
Da ilusão a
cidade livre é uma casca de caracol
sem corantes nem conservantes
sem paliativos.
E a soberania da
pátria tão querida e tão donzela
um negócio
sustentado de sucata e ferro velho.
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