quinta-feira, 9 de agosto de 2012

CIDADE INSUBMISSA


"Deus é demasiado perfeito para poder pensar
em outra coisa senão em si próprio"  Aristóteles

Do convite formal de cada um paga o seu
e da consultadoria à feição da matemática.
Senti com a melhor cola das framboesas
ingénuos os teus dedos colaram-se aos meus.

Antes do desembarque há tanto prometido
perante a eternidade transitória do abandono.
Sem remorsos a cidade outrora insubmissa
deixou-nos sós com toda a responsabilidade.

De ainda no barco amassar de milho o pão  
para trocar por uma vasilha de azeite.
De secar e diluir o vinagre da memória
e negociar o primeiro alfabeto da solidão.

A manhã fria caminhava pela praia
com o dogma humilde do sol antigo.
- Vim apenas fósforo para pedir lume 
e acabei feita cinza na cama do ciúme.

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