quinta-feira, 9 de agosto de 2012

PLAGIAR O TEU CORPO


"Cortaste a flor perfeita do teu cabelo macio"
Íbico de Régio (Trad. Federico Lourenço)

No caminho único desse sentimento sem fim
entre poeiras damasqueiros e outras conversas.
Era apenas para oleiro voluntário te moldar
embevecido pelo melhor barro das montanhas.

Alimentava-se do néctar do teu sorriso
da ămbrosia da compota da nossa alegria.
Com a transformação da sua pele resistente
em fina cambraia e superfícies de veludo.

Plagiar o teu corpo trocar de lábios e de mãos
papoila de saia-casaco para desejos bem guardar.
Dizia quando doloroso o silêncio entristecia
- que não sou mais que uma mesa um copo vazio.

Porque a ausência é pegar na gaveta e deitar fora
em fumo branco de auto-estradas sem regresso.
É saber rapariga que na divina berma da surpresa
da profundidade da noite serás da lua a mais bela.

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