exilados e apátridas que o itinerário se desvaneceu
ao rimar o lixo doce da paixão com ocupação
das coxas o turismo sonâmbulo e livre dos meus dedos
com os únicos potes de mel que me ofereceram.
Azul eram as vitrinas da pele o Metro de papel
a emboscada furtiva nas noites da avenida
baratas do bolor mais a aguadilha das romãs
dos que andaram como eu no rabisco da azeitona.
Frequenta a universidade no caminho da tentação
sem apeadeiros para poetas o tontinho da cidade
e as lesmas que descem lentamente a concertina
corpos de cinza e carvão a comoção mal contida.
É a nadar que o rio também é vertigem é viagem
nas metáforas do vento com cortiça do Alentejo
que as bocas e os olhos dos teus malmequeres
se despedem do cais na nau no navio dos mosquitos.
Hoje para dizer a verdade só queria ler A Bola
ver um grande jogo de futebol ganho pelo Sporting.
De verde acender uma vela que iluminasse o céu
com o teu sorriso finalmente descendo da lua
para adormecer na minha casa que é toda a tua rua.
Budapeste, 25.02.1981.
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