terça-feira, 23 de dezembro de 2008

ESPADA VEGETAL

1. A imensidão do tecido das sílabas.

Vêm vêm até mim traz-me manhãs claras
nas fagulhas das palavras
e resgates exigidos sem telefone
nas açucenas da boca.

2. E vem tão só. Uma espada vegetal
secreta e é tudo.

Não! Não bebo no rio não engano a sede
onde despesas oculta as águas ensaboadas
dos segredos mais íntimos da tua pele.

3. Os afluentes imprevistos da música popular
belos pedaços de histórias de alquimia ou tu.

Do alto da sua astúcia o lobo
aproxima-se da arvela sonolenta e domingueira.

De cesta no braço cheia de caracóis
agriões hortelã de Dezembro
e lagartixas para estufar.

Soube mais tarde que o lobinho
mais pequeno chamou-lhe um bombom.

Budapeste, 03.01.1981.

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