terça-feira, 23 de dezembro de 2008

SOMBRAS DO POVO

A Nelson Mandela

Percorremos os pulsos das perdizes
das palavras nos cornos do vento
a nevar cinzas sobre as nossas asas
com a certeza de sermos gente.

Os caminhos não eram talco nem pó
mas a graxa era ainda assim
a entrada triunfal para a cidade conquistada.

Quando olhámos para o nosso lado
reparámos por acaso finalmente
nas nossas pequenas sombras do povo.
As moscas! As moscas éramos nós!

– A liberdade adiada dos outros.

Budapeste, 30.10.1980.

Sem comentários: